Telecom: o que esperar para o mercado em 2021
Que 2020 foi um divisor de águas para todo o mercado, ninguém duvida. Mas, para o segmento de TI, o impacto foi ainda mais considerável. Quando a pandemia da Covid-19 teve seu início no ano passado, muitos projetos que não eram prioridade passaram a ter necessidade para ontem, fazendo com que os profissionais de tecnologia precisassem se adaptar, em um curto espaço de tempo, ao novo cenário não previsto.
Novas habilidades digitais, plataformas, sistemas, softwares, automação e máquinas tornaram-se necessários para que as operações não parassem e a prestação de serviços não sofresse quebra, ainda mais com o atendimento remoto. Com tudo isso, a tecnologia passou a ser o centro para o desenvolvimento – e continuidade – dos negócios, área que era considerada, muitas vezes, como apoio e não essência das empresas.
Impossível falar sobre mudanças em tecnologia que não impactam diretamente o sistema e as empresas de telecom que, a aceleração dos negócios no digital, também pede eficiência e agilidade na entrega de qualidade e sem gaps. Apesar da extrema necessidade dos processos nos negócios, também é preciso lembrar que a pandemia impactou os investimentos em TI e telecom, a exemplo da queda de mais de US$15 bilhões na América Latina identificada por um estudo do IDC.
O mercado enfrenta desafios, mas, ainda segundo o IDC, sabe-se que de junho a setembro do ano passado, as empresas do setor TI/telecom derrubaram de 48% para 14% o índice de dificuldades financeiras, queda considerável e positiva; além disso, 42% das empresas pretendem aumentar o orçamento nesta área em 2021.
Sem a pretensão de previsões abstratas, mas convidando a uma discussão das possibilidades, podemos vislumbrar caminhos que a área tomará neste ano de 2021, baseados no que vem sendo percorrido até agora. Por isso, ressaltamos alguns pontos que devemos focar neste momento:
1- Automação é – mais do que nunca – a palavra
Para garantir a agilidade nos processos e eficiência na entrega de resultados, a automação é extremamente necessária neste momento e precisa ser ao máximo pelas empresas, integrada com a cadeia do negócio. Hoje, ela é considerada essencial para garantir a sustentabilidade das companhias.
Veja neste artigo como efetuar uma automação de tarefas efetiva.
2 – Inteligência dos dados
Com o aceleramento das estratégias digitais vindas da transformação acelerada pela pandemia, a competitividade também veio mais forte à tona. As empresas precisam tomar decisões e atitudes muito mais ágeis de acordo com o volume de dados que possuem e trabalham. Por isso, a cultura do data driven, com estruturação e integração são fundamentais. O que faz com a automação no processo de extração de dados, com inteligência artificial e machine learning garantam muito mais rapidez e confiança nos resultados, além de evitar riscos e avaliar oportunidades no mercado.
3 – Cibersegurança ainda mais necessária
Com o modelo de trabalho em home office, os processos de trabalho exigem ainda mais cuidados. Neste cenário, não é possível ter precisão de quais dispositivos e redes Wi-Fi domésticas serão utilizados nos processos de trabalho. Muitas vezes, estas não possuem a segurança adequada para a empresa e podem estar conectadas a outros dispositivos de internet das coisas, que são potenciais vetores de ataque.
É preciso que as companhias estejam atentas e busquem formas de garantir a cibersegurança de suas informações em qualquer ambiente.
Veja neste artigo como funciona a criptografia de dados.
4 – 5G ganha importância, será a salvação do telecom?
Ter visibilidade de custos com telefonia fixa, móvel e link de dados é uma das preocupações atuais das empresas, além de um item importante na competitividade para quem está atuando com mais serviços digitais e de forma remota. Com a rede 5G, sabemos que os avanços tecnológicos são diversos – carros autônomos, telemedicina, tornar o tempo real mais real ainda, melhorar a qualidade, acabar com congestionamentos de redes, garantir velocidade à captura e tratamento de dados e aumentar os dispositivos conectados.
Além disso, existe um fator econômico intimamente ligado nesta tecnologia: com sua chegada, a expectativa é de haver um impacto de US$ 1,2 trilhão (de 2021 a 2035) no Brasil, que torna-se o equivalente a um ponto percentual adicional no PIB brasileiro, um fator extremamente relevante na recuperação econômica brasileira.
Segundo um estudo realizado pela Nokia e pela consultoria Omdia, na América Latina, o valor econômico potencial do 5G é estimado em até US$ 3,3 trilhões até 2035, distribuídos do seguinte modo: TI/telecom (US$ 572 bilhões), indústria (US$ 534 bilhões), serviços (US$ 468 bilhões), Governo (US$ 323 bilhões), varejo (US$ 262 bilhões) e agronegócio (US$ 212 bilhões).
O futuro parece promissor, ainda que com desafios. De todo modo, até lá, as empresas de telecom devem voltar seu olhar para o que citamos no início dessa análise: controlar a geração de custos e buscar o investimento de clientes em seus serviços de tecnologia. É necessário investir em rede, mas também trazer melhorias para a governança, equilibrar relação despesas-resultados, otimizar a operação e garantir o fluxo de todos os controles internos.