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Por 11/06/2025
Jovem de cabelo preso em um coque utiliza o celular enquanto sua face é escaneada digitalmente, simulando uma coleta de dados biométricos com sobreposição de gráficos futuristas e informações pessoais.

Como os deepfakes desafiam a autenticidade digital no mundo atual

Você acredita no que vê? Em tempos de redes sociais e excesso de informação, a própria noção de realidade está sendo colocada à prova. Vídeos com políticos fazendo declarações polêmicas, celebridades em situações que jamais aconteceram e mensagens falsas ganhando credibilidade apenas por parecerem reais — tudo isso pode ser fruto de uma única tecnologia: os deepfakes.  

Mais do que uma ameaça isolada, eles escancararam um novo tipo de desafio digital: distinguir o que é verdadeiro em um mundo onde até a mentira tem aparência perfeita. 

 

O que são deepfakes e como funcionam 

Os deepfakes são conteúdos manipulados digitalmente com o uso de inteligência artificial, capazes de simular com precisão impressionante a aparência, a voz e os gestos de uma pessoa. Criados com redes neurais chamadas GANs (Generative Adversarial Networks), esses vídeos e áudios fabricados conseguem fazer alguém parecer dizer ou fazer algo que nunca aconteceu de fato. Basta um banco de dados com vídeos ou áudios reais da pessoa-alvo para que a IA construa um modelo altamente convincente. 

O que antes era restrito a laboratórios de pesquisa ou especialistas em efeitos visuais, hoje está ao alcance de qualquer pessoa com acesso a ferramentas relativamente simples e gratuitas.  

Essa acessibilidade fez com que os deepfakes se espalhassem rapidamente pela internet, confundindo usuários, enganando públicos e desafiando o conceito de prova visual ou sonora. A consequência disso é uma crescente desconfiança sobre qualquer tipo de conteúdo — até mesmo os reais. 

 

Os usos problemáticos e os impactos sociais 

Um dos cenários mais preocupantes do uso de deepfakes está no campo político. Em períodos eleitorais, vídeos falsos de candidatos podem circular amplamente antes de serem desmentidos, influenciando votos e decisões com base em mentiras cuidadosamente construídas. Já houve registros de deepfakes sendo usados para simular pronunciamentos de líderes mundiais, criando confusão internacional e até alimentando tensões geopolíticas. 

Mas os danos não param por aí. Celebridades e influenciadores também têm sido alvos frequentes dessa tecnologia, muitas vezes em contextos constrangedores ou até criminosos, como a inserção em vídeos pornográficos não consentidos.  

Há casos extremos em que deepfakes foram utilizados por grupos extremistas para disseminar mensagens falsas, simular atentados e espalhar pânico. A falsa sensação de realidade amplifica o alcance e o impacto dessas ações, exigindo respostas urgentes de plataformas, governos e da sociedade civil. 

 

Potenciais usos positivos dos deepfakes 

Apesar dos riscos, os deepfakes também têm despertado interesse em áreas culturais, educacionais e de entretenimento. No cinema, por exemplo, já são usados para rejuvenescer atores, recriar performances de artistas falecidos ou adaptar cenas com mais fluidez, sem necessidade de regravações complexas. Isso amplia as possibilidades narrativas e permite homenagens tecnológicas, como no caso da recriação de vozes históricas em documentários. 

Na educação e em museus interativos, avatares realistas baseados em figuras históricas podem “falar” com os visitantes, tornando o aprendizado mais envolvente. 

Outro campo promissor é a acessibilidade: vozes sintéticas fiéis podem ajudar pessoas com limitações de fala a se expressar de forma mais natural. Quando usada com responsabilidade e ética, essa tecnologia tem potencial para enriquecer a forma como interagimos com conteúdos digitais e preservamos memórias culturais. 

 

Autenticidade digital como valor essencial 

A ascensão dos deepfakes escancara um dilema urgente: como preservar a confiança no ambiente digital sem bloquear o avanço da tecnologia? A resposta passa por educação midiática, regulação equilibrada e, principalmente, desenvolvimento de ferramentas que permitam verificar a autenticidade de vídeos e áudios com rapidez e eficiência.  

Lutar pela autenticidade digital é, em última análise, uma luta pela integridade da nossa comunicação. Diante de um mundo cada vez mais visual e conectado, saber reconhecer o que é real se tornou uma habilidade essencial.  

Tecnologias continuarão avançando, e os deepfakes não vão desaparecer. Cabe a nós — como sociedade, como consumidores e como produtores de conteúdo — decidir que uso queremos fazer dessas ferramentas.  

A autenticidade, mais do que nunca, é um valor que precisa ser cultivado e protegido. 

 

 

Veja também: Economia circular na tecnologia: como o reúso e a reciclagem de dispositivos estão transformando o futuro.

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