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Por 18/06/2025
Vista subaquática de um cabo submarino de fibra óptica cortado ao meio, mostrando suas camadas internas de proteção e fios de dados, repousando no fundo do mar entre corais e algas.

Como os cabos submarinos sustentam a internet que você usa?

Passamos horas online todos os dias, seja para trabalhar, nos conectar com amigos ou buscar entretenimento. Mas, afinal, como toda essa informação viaja de um continente para outro em questão de segundos?  

A resposta está em uma infraestrutura que, embora invisível para a maioria de nós, é a verdadeira espinha dorsal da nossa vida digital: os cabos submarinos. Eles são a base de tudo que fazemos na internet, e entender como essa complexa rede funciona nos ajuda a valorizar a incrível engenharia por trás da conectividade global. 

 

A anatomia de um gigante subaquático 

Imagine um cabo que precisa atravessar oceanos e suportar as mais adversas condições do fundo do mar. Como ele é construído para resistir a essa pressão e ainda assim transmitir dados em velocidades impressionantes? A verdade é que um cabo submarino é muito mais do que um simples fio; ele é uma maravilha da engenharia, projetado para durar décadas em um ambiente hostil. 

Esses cabos são compostos por diversas camadas de proteção que envolvem os filamentos de fibra óptica, responsáveis por carregar a luz que transmite os dados. As camadas incluem desde tubos de aço e cobre, para proteção mecânica e condução elétrica, até plásticos isolantes e fios de aço reforçado, que oferecem resistência contra a pressão da água, correntes oceânicas e até mesmo mordidas de tubarões.  

A espessura e a composição exata dessas camadas variam dependendo da profundidade e do ambiente onde o cabo será instalado, garantindo a sua durabilidade e a integridade do sinal. 

 

O funcionamento da rede global 

A internet global funciona como uma imensa teia, e os cabos submarinos são os fios que conectam os diferentes nós dessa teia. Mas como eles conseguem transmitir tantos dados de forma tão rápida e eficiente? A tecnologia por trás disso é a fibra óptica, que utiliza pulsos de luz para enviar informações em velocidades próximas à da luz. 

Dentro de cada cabo, existem dezenas de fibras ópticas, e cada uma delas pode transmitir terabytes de dados por segundo. Ao longo de seu trajeto, que pode se estender por milhares de quilômetros, os cabos contam com repetidores a cada 50 ou 100 quilômetros. Esses dispositivos, alimentados por corrente elétrica que também viaja pelo cabo, são cruciais para amplificar o sinal de luz, garantindo que ele chegue ao seu destino sem perdas significativas. É essa combinação de fibras de alta capacidade e repetidores estratégicos que permite a comunicação instantânea entre continentes. 

 

A importância e os desafios da manutenção 

A robustez dos cabos submarinos é impressionante, mas eles não estão imunes a problemas. Acidentes com âncoras de navios, terremotos e até mesmo fenômenos naturais no fundo do mar podem causar rupturas.  

Quando isso acontece, o impacto na conectividade pode ser significativo, afetando milhões de usuários e empresas. Por isso, a manutenção é uma parte essencial e complexa da operação dessa rede. 

Reparar um cabo submarino é uma tarefa que exige equipamentos especializados e equipes altamente treinadas. Navios cabuladores são mobilizados para localizar o ponto da ruptura, içar as partes danificadas, realizar a emenda e, por fim, recolocar o cabo no fundo do mar.  

É um trabalho demorado e caro, mas fundamental para garantir que a internet continue funcionando sem interrupções. A resiliência dessa infraestrutura e a dedicação à sua manutenção são o que realmente mantêm o mundo conectado. 

 

Onde estão localizados esses cabos? 

A forma mais eficaz de descobrir isso é acessando o Mapa de Cabos Submarinos da TeleGeography. 

Esse recurso gratuito é atualizado com frequência e mostra tanto os cabos já em operação quanto os que estão em fase de planejamento ao redor do globo. Como é possível observar no mapa, quase todos os países que possuem saída para o mar estão ligados a algum cabo submarino. 

Para garantir uma conexão confiável, especialmente em caso de falha ou rompimento de algum cabo, é essencial que os países contem com múltiplas conexões submarinas. 

 

Quem são os proprietários desses cabos? 

Historicamente, as operadoras de telecomunicações eram as principais donas desses cabos, frequentemente organizadas em consórcios compostos por todas as entidades interessadas em utilizá-los. Já no final dos anos 1990, diversas empresas inovadoras começaram a construir cabos próprios, comercializando a capacidade de uso para terceiros. 

Hoje em dia, tanto os consórcios tradicionais quanto os cabos privados continuam existindo. No entanto, uma das transformações mais significativas nos últimos anos é o perfil das empresas que investem na construção desses cabos. 

Grandes provedores de conteúdo como Google, Meta, Microsoft e Amazon passaram a desempenhar um papel de destaque nesse setor, sendo hoje importantes financiadores de novos cabos submarinos. Nos últimos anos, essas operadoras de redes privadas já superaram as operadoras tradicionais de backbone da internet em termos de capacidade instalada. Com a previsão de crescimento acelerado da demanda por largura de banda, faz sentido estratégico para essas empresas possuírem suas próprias infraestruturas submarinas. 

 

Por que não utilizamos satélites no lugar dos cabos? 

Os satélites têm um papel importante em determinadas situações. Eles são extremamente eficazes para alcançar regiões ainda não atendidas por redes de fibra óptica, além de servirem bem na distribuição de conteúdo de uma fonte para múltiplos pontos. 

Porém, quando se analisa o custo e a eficiência na transmissão de dados, os cabos de fibra óptica são muito superiores. Eles oferecem uma capacidade de dados significativamente maior por um custo muito mais baixo quando comparados aos satélites. 

Embora não existam números exatos sobre a proporção do tráfego internacional que ainda utiliza satélites, sabe-se que é uma fração mínima. De acordo com dados da Comissão Federal de Comunicações dos EUA, os satélites representam apenas 0,37% da capacidade internacional total dos Estados Unidos. 

 

Veja também: Como os deepfakes desafiam a autenticidade digital no mundo atual.

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Autor:
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